BEM-HAJA A LUCIDEZ!
Só agora me chegou (via e-mail) o artigo publicado pelo meu amigo Pedro Mexia, na Grande Reportagem de 6 de Abril. Debruçou-se sobre o Curso de Direito. E, como é seu hábito, disse com as letras todas o que todos os letrados dizem à boca pequena.
" Pois bem: trata-se da mais inconcebível, árida, macilenta e desprezível
das criações humanas. Reparem que nem sequer me
refiro ao Direito propriamente dito: sobre essa
matéria a conivência dos juristas com tiranias sortidas e as obras completas do Kafka chegam e sobram. Quero agora evocar apenas o curso, aqules
cinco penosos anos de colónia penal. Convém aliás explicar que o curso de Direito tem cinco anos não por exigências curriculares mas como forma de homenagem aos planos quinquenais soviéticos. A lógica de opressão, de dirigismo e de extermínio é
a mesmíssima. Não vou agora aqui sumariar a minha experiência estudantil, a qual, aliás, foi aprazível a princípio e se tornou depois indiferente. Mas recordo-me bem do momento de viragem. Em pleno terceiro ano, o meu descontentamento veio ao de cima violentamente, como um almoço mal digerido. Estava
numa aula de Direitos Reais. Estava aborrecido. Estava com sono. Escrevinhava coisas num caderno. E em cima do estrado, o monocórdico mestre dissertava
sobre a «servidão de estilicídio»..." et caetera et caetera
Não fosse isto um país de idiotas, em que os governantes andam tão preocupados em usar as mesmas peúgas que os seus antecessores e em não modificar nada que possa fazer perder as próximas eleições e abordagens simples e directas como esta teriam consequências.
Assim... é o que é.
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